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Emprego formal tem primeira queda no ano, aponta Caged

Gerusa Marques Os efeitos da crise financeira atingiram o emprego formal no País. Depois de registrar sucessivos recordes ao longo do ano, a geração de vagas com carteira assinada já tinha mostrado sinais de desaceleração em outubro, quando cresceu apenas 0,2%. Agora, em novembro, o total de empregos registrou redução pela primeira vez desde dezembro do ano passado, com queda de 0,13%. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira, 22, aponta que, somente no mês passado, houve uma perda de 40,8 mil empregos no País. A queda foi a primeira para meses de novembro desde 2002. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, essa queda deveu-se, principalmente, a dois fatores. O primeiro foi a sazonalidade agrícola. O ministro explicou que, nos meses de outubro, novembro e dezembro, o setor agrícola demite porque não há plantio nem colheita. O segundo motivo é a situação da indústria automobilística. Lupi disse que esse setor nunca apresentou crescimento nesses últimos meses do ano, mas que especificamente em 2008 houve queda do emprego no setor nesse período, como reflexo da crise financeira internacional. No acumulado deste ano até novembro, o número de emprego ainda é positivo com 2,1 milhões de postos criados, o que representa um crescimento de 7,27% em relação ao saldo de empregos registrado em todo o ano de 2007. Revisão Diante dos novos números, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, reviu a sua previsão para 2008 de criação de novos empregos com carteira assinada no País. No mês passado, ao anunciar os dados do Caged, o ministro havia feito uma previsão de que fecharia o ano de 2008 com a criação de 2 milhões de novos empregos formais. No balanço anunciado nesta segunda, Lupi disse que deverão ser criados em torno de 1,85 milhão de novos empregos formais. A revisão deve-se principalmente, segundo o ministro, aos reflexos da crise financeira. Lupi ressaltou, no entanto, que, mesmo com a revisão na meta de novos empregos para 1,85 milhão, o País baterá o recorde na geração de novos postos de trabalho, que é do ano passado, quando foram criadas 1,617 milhão vagas no mercado formal de trabalho. Ele disse acreditar que a queda na geração de empregos em dezembro não será tão forte quanto à verificada nos anos anteriores, quando há uma média de perda de 300 mil postos de trabalho. Segundo ele, neste ano, houve uma antecipação de demissões. O ministro reviu também as previsões de geração de emprego formal para o próximo ano. No mês passado, ele havia apostado que, em 2009, seriam criados 1,8 milhão de novos postos de trabalho. Mas nesta segunda previu que serão gerados, em 2009, 1,5 milhão de novos empregos com carteira assinada. Segundo ele, o crescimento será pequeno nos meses de janeiro e fevereiro, mas será retomado mais fortemente no mês de março. "Na minha opinião, o efeito mais grave da crise passa até março", disse. Ele lembrou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tomará posse no dia 20 de janeiro, o que "cria um clima diferente" naquele país com reflexo na economia mundial. O menor crescimento da geração de empregos no início do ano, segundo o ministro, ainda será reflexo da situação da indústria automobilística, que iniciará o ano ainda com grandes estoques de carros. "É uma cadeia produtiva que emprega muita gente", disse o ministro. Ele, porém, comparou a expectativa brasileira de geração de empregos com as previsões de Obama que pretende, segundo ele, gerar 3 milhões de empregos em três anos. No ano que vem, Lupi disse que três segmentos serão os maiores responsáveis pelo crescimento da geração de empregos: a construção civil, o comércio e o setor de serviços.
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